quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Coisas do Brasil X Brazil's stuff - Só que não!

Olá.
O twitter @brasildobrasil comparava coisas brasileiras com coisas de outros países. Tem muitos exemplos interessantes, outros nem tanto. Alguns foram retirados de lá, outros do Não Salvo e outros ainda foram colocados por mim mesmo. Coisas do Brasil. Só que não. kkkkkkkk

  • Roberto Carlos, o Frank Sinatra brasileiro
  • Maguila, o Mike Tyson brasileiro
  • Elke Maravilha, a Lady Gaga brasileira
  • Emoções, a My Way brasileira
  • Troféu Imprensa, o Emmy brasileiro   
  • Mazzaropi, o Charles Chaplin brasileiro (perfect!!!)  
  • Mauricio de Sousa, o Walt Disney brasileiro
  • Bateau Mouche, o Titanic brasileiro (rç rç) 
  • Boto cor-de-rosa, o  golfinho brasileiro
  • Peixe boi marinho, o Leão marinho brasileiro
  • Glub-glub, o Bob Esponja brasileiro
  • Jô Soares, o David Letterman brasileiro
  • Chimbinha, o Jimmy Hendrix brasileiro (kkkkkkk)
  • Besouro (o Filme), o Matrix brasileiro
  • Ibirapuera, o Central Park brasileiro
  • Latino, o Justin Timberlake brasileiro (tosco...!)
  • Malhação, o 90210 – Barrados no Baile brasileiro
  • Sarney, o Dom Corleone brasileiro (genial!!!)
  • Tainá, a Pocahontas brasileira 
  • Paulo Ricardo, o Jon Bon Jovi brasileiro
  • Mercado Livre, o EBay brasileiro
  • Mussum, o Bill Cosby brasileiro
  • Secos e Molhados, o Kiss brasileiro
  • Bossa Nova, o Jazz brasileiro
  • Cocoricó, o Vila Sésamo Brasileiro
  • Fábio Assunção, o Brad Pitt brasileiro
  • Base de Alcântara-MA, o Cabo Canaveral brasileiro
  • Stephany (Cross Fox), a Beyonce brasileira!
  • Rio São Francisco, o Mississipi brasileiro
  • PIOCERÁ o PARIS-DAKAR brasileiro!
  • BOPE, a SWAT brasileira
  • Lula, o Obama brasileiro  
Acrescentem mais exemplos de "Só que não". Até a próxima.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Dislexia Anglicista

             
                Você já reparou na quantidade de palavras e expressões em inglês que a gente vê, escuta e usa no nosso dia-a dia? Agora mesmo você está acessando a internet, deve ter clicado no meu link pra acessar meu blog. É, o inglês, de certa forma, domina a nossa cultura e, muitas vezes, precisamos nos render a ele. É preciso usar essas expressões da língua e aí é que surgem muitas das "pérolas" que resolvi chamar de "Dislexia Anglicista". São "erros" de pronúncia ou de utilização que podem ser hilários para uns, irritantes para outros e até inaceitáveis para  os mais radicais. Aí vão alguns exemplos retirados do meu cotidiano, de amigos (muitas vezes pronunciados pelos próprios) e de ilustres anônimos. Divirta-se!

Obs: As pronúncias "corretas" mais aproximadas encontram-se entre colchetes e itálico enquanto que  as "disléxicas" estão entre aspas e negrito.
  • Essa é clássica,  você vai na festa e quer tomar uma cerveja, vai até a senhora da barraca e pede: "Uma cerveja por favor!", e ela manda essa: "Lata ou "longuinet"? (LONG NECK). Long Net? Deve ser uma rede wi-fi de cerveja. (what?) 
  • Uma vez um aluno meu perguntou: "professor você viu aquele "rótidór"do show do Aviões ali na avenida?" (OUTDOOR). Acreditem, mas confundiram até com HOT DOG. (veja vídeo)
  •  Tem alguns deslizes mais simples como  pronunciar "rardiuÉri"em vez de [rárduer] para HARDWARE e "softiuÉri" em vez de [sóftuer] para SOFTWARE e "markeTÍngui" em vez de [máRk'tin] para MARKETING.
  • No escritório: "me dá um CLIPS de papel?" Se é só um pra quê o "s"?
  • Sua avó chega com as compras do mercado e diz " Menino, bota isso aqui no 'frÍzi' " (FREEZER) [frízeR].
  • Seu pai vai  a um restaurante e na hora de pagar a conta " Aqui aceita "tik" refeição?" (TICKET) [tíket].
  • Quem nunca jogou o "istritI fÁiti" (STREET FIGHTER) [strit fáiteR] ou - esse é bem conhecido pelos loucos por jogos on-line - o "kontistráik" (COUNTER STRIKE) [kânteR stráik].
  • Num hotel cinco estrelas as camareiras todas viam uma marca de cerveja e chamavam apenas de "rÁin". Adivinha a que cerveja elas tavam se referindo? Acertou quem disse HEINEKEN [rÁiniken]. Interessante abreviação, bem prática, e se você falar rápido ninguém nem percebe!
  • Você já foi algum "sÉKSi xóp". (SEX SHOP) [séks xóp] Certo que lá é bem sexy, mas não é bem isso que eles querem dizer com o nome;
  • "Lembram quando o ex-presidente Collor foi cassado por 'impÍtima' " e não por [impÍtchmánt](IMPEACHMENT), assim diz o povo;


  • Nas propagandas não se utlizam mais JINGLES [djíngols] e sim "dingos" que são bem mais baratos, mas são bem mais ferozes!



  • Sabe aquele esporte em que se joga a bola com a mão? Não, garotas, não é aquele em que o cara com as luvas pega a bola. Aquele é futebol, e o cara é o goleiro. Estou falando é do "rÂndebol" que deve ser uma variação do HANDBALL [rênd'bol], mas jogado com anuros.

  • Essa tem duas ótimas! Os playboys saem pela noite para "pleiar" com o paredão ligado com o "subiúfi" no máximo! A primeira é um aportuguesamento de PLAYboy, [pleibóí] que virou verbo com a terminação do português -ar (quanta imaginação, hein?). A segunda é SUBWOOFER [sâbwufâR], um tipo de alto-falante;
  • Essa é bem interessante: conheci um bar e restaurante chamado Grelhados GRILL. Cara, isso é um pleonasmo interidiomático! (acabei de inventar mais esse termo) Porque GRILL é "grelha" em inglês. Tradução interessante "Grelha Grelhados". E se você sair de lá sem o seu grelhado, reclame! É propaganda enganosa! 
 Se quiserem saber o significado das palavras em inglês em destaque procurem um dicionário on-line, ou um de papel mesmo, depois de perderem seu  tempo lendo esse post. Afinal, como eu digo pros meus alunos, professor não é dicionário!!! E se tiverem mais exemplos de "Dislexia Anglicista", deixem um comentário. Ficarei feliz em receber e publicar. Até a próxima. 

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Meu caro amigo "UÓXINTU"... Part 3 - Final

Não leu as partes anteriores? Clica aqui "Meu caro amigo "UÓXINTU""  - part 1  -  part 2
Previously on Galho do Kmaliaum (...Mas será que nosso amigo seria feliz em sua empreitada contra a língua inglesa?)

Alguns anos depois...
Início dos anos 2000, a Informática já dominava grande parte dos interesses dos brasileiros, a internet começava a firmar-se como meio de comunicação, trabalho e ociosidade acima de tudo. Os CDs já eram realidade e os DVDs (originais, ainda era deveras cedo para os piratas) começavam a despontar, os computadores já não eram apenas máquinas gigantes de fazer conta, eram agora máquinas  gigantes de fazer bo#$%ta... George W.Bush é eleito presidente dos EUA (resultado? lembram do September 11th?)

Em torno desse quadro dantesco, nosso caro amigo Uóxintu, juntamente com seu amigo de todas as horas, o cão Fidel, ele continua a rejeitar toda  e qualquer influência da Língua da Rainha. Eu o conheci há algum tempo atrás numa situação inusitada. Uóxintu havia prometido um favor a um amigo que o acolhera após ter decidido afastar-se da vizinhança que tanto o zombava, e sair da casa de D. Britânia e Seu Klévertson, seus pais.O encontro foi (notem a ironia) na fila para a inscrição do curso de extensão de Inglês da UFPI - Universidade Federal do Piauí. ( Seu amigo Wallace o fizera jurar que ele iria fazer sua inscrição se ele permitisse que Fidel dormisse com Uóxintu  na mesma cama).


Na fila, Uóxintu relatou-me sua comovente história enquanto eu tentava passar a mão na cabeça de Fidel, que não se mostrou muito amigável (também pudera...). Então perguntei a ele se esse ódio era apenas interno ou havia algo mais. Ele  confessou-me que era tão revoltado com inglês que muitas vezes cometia alguns atos extremos (não na opinião dele!): saía à noite pichando outdoors, pois os odiava só pelo nome; uma vez chegou a quebrar todos os C.D.s e D.V.D.s de uma loja, pois enlouqueceu tentando saber o que significam essas "malditas  siglas". Ele era daqueles que não acessavam a internet, essa "coisa do capeta" (O Bush???) e não usava o Messenger, nem mandava e-mail ( ele preferia mandar inteiro. Tudo bem, trocadilho infame!), pois ele tinha seu cão Fidel pelo qual ele mandava recados, que o animal levava na boca até seu destinatário. O amigo cão era sempre prontamente recompensado com alguns hot-dogs comprados na rua, outra coisa que Uóxintu odiava pelo simples pensamento. Causavam-lhe repugnância os jogos de video-game, principalmente os de Playstation, que ele nem entendia como jogar,  porque estava  tudo em Inglês (aaahhhhhhh!!! Geezzz!!!).

Uóxintu sentia-se ainda mais  desolado: nome esquisito, mundo esquisito e excludente. Entrou em profunda depressão, depois da procura de trabalho sem sucesso - principalmente por causa de sua xenofobia, que refletia-se no seu comportamento. O stress o abateu rapidamente. Só havia uma solução: render-se. Não foi fácil, começou com pequenas doses: duas fatia de bacon e um cheese burger no primeiro dia, Lan -house, webcam e Skype duas vezes ao dia no segundo. Com uma semana já estava já havia aumentado as doses: dois reality shows de segunda a sábado, pet-shop aos domingos, que mereceu comemoração de seu cão Fidel (tava precisando de um trato no pêlo, um novo look). Algumas partes  foram fáceis para  ele - vestir jeans em vez do usual linho, andar de bike e usar ticket refeição - e até prazerosas (Playboy e Sexy). Com alguns meses Uóxintu, incentivado pelos novos amigos teen, passou a ouvir rap, reggae, dance  e rock. Ficou até um pouco mais educado (por causa do inglês???) - não virou um gentleman entretanto, mas arranjou uma namorada, pois agora ele era cool, e a levava sempre a um pub próximo; comprou-lhe até um baby doll. 

Uóxintu havia mudado. Ele havia se tornado parte da cultura dominante, havia sido manipulado. Mas quem disse que não é preciso ser marionete de vez em quando (ou de vez em sempre)? Daí pra frente, esquecendo-se de toda sua aversão e indignação, nosso amigo prosperou. Seu nome e a humilhação da juventude já não mais importavam. Tinha que mover-se de acordo com a maré. Esqueceu-se dos preconceitos que tinha, desvirtuou-se, desviando-se de sua crença aparentemente inabalável na nocividade da língua invasora: dissolveu seu slogan anti-anglicista.  Uóxintu resolveu seguir carreira de marketing, assim ele podia passar a imagem que quisesse para os outros, colocou Fidel para fazer merchandising em comerciais da Pepsi e dos Pneus Firestone.  Atualmente, depois de ter feito muito cash, ele possui um Civic, com um som potente e dois subwoofers. Em finais de semanas, vai às festas, dando uma de playboy, ou pega seu jet sky e vai curtir com seus amigos.

A vida de nosso herói mudou muito, nem se lembra mais de Dona Britânia e Seu Klévertson; e seu fiel Fidel, ele mantem preso num coleira - já está mesmo velho e cansado o pobre animal. A vida do nosso herói (???) atualmente é agitada, empolgante e variada: laptop, tablet, datashow, jantar society, workshops, blazer, smoking. Contratou até uma baby sitter que leva seu filho Will Smith (Prince of Bel-Air) para o playground enquanto ele vai fazer um cooper

 Uóxintu usa seu hi-profile para tentar aparecer um pouco mais na mídia: a última notícia que tive dele é que anda fazendo stand-up comedy, usando cabelo black power e parece até que vai se inscrever para o próximo Big Brother. Ah, meu caro amigo Uóxintu, será que perdemos um grande líder? Quem te viu e quem te vê, hein? É, acho que vou precisar voltar a distribuir meus folders e confeccionar meus banners de protesto sobre tudo isso sozinho... Ou será que volto pro meu ipod, meu game boy e meu palmtop? Dúvida cruel! Ah, dá um time e desliga essa música gospel ( "E  ainda se  vier noites traiçoeiras - nem  concordância em português o povo sabe direito...) Acho que vou ser mesmo é bad boy!!! Screw the rest!!

 Bem mesmo fez foi Dona Britânia, que deixou por quase nove meses um segredo tão bem guardado, em lugar tão seguro. Aquele recipiente - a lata de Coca-Cola Zero - foi uma espécie  de Caixa de Pandora, a cujo velho fundo medíocre muitos gostariam de poder voltar. Porém, na vida corrida, na hora do rush, Uóxintu, agora que tem know-how, virou expert , não pensa mais no passado trash, olha apenas para seu futuro de olho nos royalties de sua nova franchising, na sociedade high-tech, de novos conceitos e velhos costumes.

Meu caro amigo "UÓXINTU"... Part 2


Continuando o nosso fairy tale da postagem anterior...
Não leu a parte 1 - Clica aqui  Meu caro amigo "UÓXINTU" - part 1

"E tudo parecia festa... Apenas parecia..."
...Passadas umas duas semanas do nascimento do seu querido filho, Britânia e Klévertson foram registrá-lo no cartório. Puseram as mais belas roupinhas do bebê (azuis e vermelhas, com estampa do Capitão América, compradas numa feira na cidade, tipo shopping do camelô as quais a vendedora jurava que eram importadas) e dirigiram-se à cidade; Fidel os seguindo prontamente, vigilante. 
Ao chegar ao cartório, o escrivão perguntou qual seria o nome do garoto, a mãe orgulhosa tirou o mesmo papel amarelado do bolso e entregou ao funcionário e disse-lhe com orgulho: "Esse é o nome do meu filho, pode colocar desse jeitinho aí, é um nome de ex-presidente dos States, eu ouvi foi no rádio!" . E como, naquele tempo - isso já faz uns anos - o nome devia ser exatamente como os pais desejavam, assim foi feito. Nome registrado, carimbo marcado: UÓXINTU Severino da Silva Sauro.
O garoto ia crescendo forte, inteligente, porém sempre muito acanhado. Aprendeu a escrever seu nome mais devagar que os outros, pois ele não se encaixava nas regras da língua - até suas professoras tinham dificuldade para lhe explicar como soletrá-lo. Assim, ao chegar na 5ª série, passou a aprender inglês (apenas ver seria mais adequado?). Seus colegas, ao saberem seu nome e depois das primeiras aulas de inglês, perceberam que havia algo errado em seu nome. Algo lhes dizia que o nome do ilustre ex-presidente dos EUA havia sido mutilado, maculado, desvirtuado. Eles passaram a zombar do colega com provocações do tipo: "Rapaz, tua mãe é muito b*ur&;r@ , ela não 'ispika inglish' não?", "Uóxintu is on the table!!!", "Tua mãe achou teu nome no 'Filho Nomeator TABAJARA', foi?". 
Aquilo tudo foi abalando o rapaz, sua cabeça girava, a raiva aumentava, e a língua de Shakespeare, da Globalização, foi-se tornando seu pior inimigo. O garoto isolava-se do mundo e da língua inglesa. Seu único amigo era seu querido Fidel. Como ele não conseguia sentir raiva de sua mãe, Dona Britânia,  pela cag#$%¨ada que fizera com seu nome, passou a odiar a língua-origem de seu nome toscamente modificado. Assim, o lema da vida, o slogan do nosso pacato protagonista Uóxintu passou a ser o seguinte: 
"EU ODEIO INGLÊS!!! NÃO SEI, NEM QUERO SABER (E TENHO RAIVA DE QUEM SABE!)". Desse modo, isolando-se e mantendo sua aversão a tudo que se relacionasse ao inglês, nosso protagonista pensou-se protegido de todas as brincadeiras e provocações. Demonstrando seu desinteresse pela língua ele  fechou-se em sua redoma anti-anglicista, sem se importar com Saddans, Osamas, Bushes, Obamas e similares, sempre em companhia de seu fiel Fidel. Mas será que nosso amigo seria feliz em sua empreitada contra a língua inglesa? 
Veja a continuação e última parte da  trilogia em "Meu caro amigo "UÓXINTU"... Part 3".

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Meu caro amigo "UÓXINTU"...


"Opa! Quem são esses indivíduos?" você devem estar se perguntando. Prontamente lhes responderei a esta dúvida cruel: o da esquerda é nosso ilustríssimo George Washington, ex-presidente dos EUA e grande estadista, o da direita, é... hum...deixa eu lembrar...ah, lembrei! É aquele "Latino do forró" chamado Washington Brasileiro, o cantor e tecladista das multidões de "pilotos de fogão" e dos biriteiros de "serrana" do Nordeste. O cara que está na mesma categoria dos "ilustres miseráveis da música brasileira", como Pitty, Latino (já citado), NX Zero e Frank Aguiar - que por sinal, canta mal, toca mal e grita bem - entre outros. 
A foto acima foi apenas pra introduzir uma história verídica (será?) e inusitada de um amigo meu que demonstra como a língua inglesa fascina, seduz e é cruel muitas vezes. Ela começa mais ou menos assim...
Once upon a time... (Era uma vez) uma senhora chamada Britânia, que tinha vontade de ter um filho, e que seu filho fosse bem sucedido, pois isso ela mesma não havia sido em sua vida. Ela apenas havia cursado a alfabetização, morava em uma casa  simples, num pequeno povoado sem água e nem luz, e só tinha consigo seu  radiozinho a pilha e um cachorro magrela chamado Fidel Castro que a faziam companhia. Certa vez, ouvindo o noticiário internacional ( é sim, ela ouvia a BBC, pensa o que?), Britânia ouviu um nome que chamou sua atenção. Era o nome de ex-presidente dos Estados Unidos, homem importante. A mulher prontamente falou consigo: Vou colocar esse nome do meu primeiro filho, nome forte, imponente!". Dona Britânia, com sua pouca instrução - ela mal sabia escrever o próprio nome - escreveu o nome do futuro filho como ela achava que se escrevia  num pedaço de papel de pão trazido por Fidel e guardou-o em sua latinha de Coca-Cola Zero (que ela havia encontrado numa de suas andanças de alguns quilômetros, guardara e fizera de cofre).
Dona Britânia não demorou muito a casar-se: seu noivo Klévertson pediu sua mão e em alguns meses já haviam encomendado seu primeiro rebento. Imensa era a alegria de Britânia e Klévertson quando nasceu o seu garoto. Sua mãe levou-o ao colo e aconchegou-o depois de uma lambida fraternal de Fidel na testa do garoto, como se fora uma bênção.
Em seguida, Britânia pediu a Klévertson que lhe passasse a latinha de Coca Zero. Era chegada a hora de revelar ao marido seu segredo: o nome do garoto que até então permanecia  uma incógnita. Ela cuidadosamente abriu a latinha, retirou o papel amarelado guardado há tempos e o entregou a Klévertson  dizendo: "esse vai ser o nome do nosso filho". O pai ficou extasiado, afinal depois de tanto tempo sem saber, descobriria o nome que seu filho iria levar para o resto da vida. Ao desenrolar o papel, ele teve uma certa dificuldade  pela grafia mal-acostumada de Britânia, porém após algumas tentativas de leitura falou finalmente: "U-Ó-X-I-N-T-U, U-ó-xin-tu, Uóxintu! Meu Deus, que nome lindo! O nome do meu filho vai ser 'UÓXINTU' !!!!!!!! " A mãe comemorava silenciosa com o filhote no colo, o pai  Klévertson aos berros no corredor do hospital e Fidel rodopiando, correndo e pulando ora em cima das pernas de Klévertson ora na beirada  da cama da  dona. E tudo parecia festa na vida da recém formada família. Apenas parecia...
Continua...