sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

7 "erros" de português que você provavelmente já cometeu

O uso da língua falada é igual ao ato de vestir-se: tem que usar a roupa certa para cada ocasião. Comparemos, então, a maneira mais informal de usar a língua falada – aquela que você usa com seus amigos no churrasco ou numa festa – ao uso de bermuda e chinelo e a maneira formal de uso da língua ao uso de terno e gravata. Nesse post vamos então vestir o terno e a gravata – e tratar da língua formal, da "variedade-padrão", do português “gramaticalmente correto”.


Pois bem, vou relacionar aqui, então, 7 “erros” de português que você já cometeu – ou já viu alguém cometer – e possivelmente até acha que está “certo”. Lembrando que o conceito de certo e errado aqui é relativo. Aproveito e, além dos exemplos em português, adiciono os mesmos exemplos em inglês. Dúvidas? Clica nos nomes e constate a verdade cruel. Que você esteve falando e escrevendo “errado” esse tempo todo. Foi mal!


Exemplo: Ganhei dois ingressos para a festa, MAIS minha mãe não me deixa ir. 

Esse é equívoco bem comum. “Mais” é um advérbio que indica “em grande quantidade", enquanto que “mas” uma conjunção que indica “oposição, contraste". Portanto escreva:

Ganhei dois ingressos para a festa, MAS minha mãe não me deixa ir. 
Em inglês: I won two tickets to the party, but my mother won’t let me go.”


Exemplo: A sala tinha MENAS pessoas do que eu pensei que teria.

O correto é “menos”. A palavra “menas", não existe na linguagem formal. Dessa forma, fale e escreva, sempre:

“A sala tinha MENOS pessoas do que eu pensei que teria.”
Em inglês: The room had less people than I thought it would have.


Exemplo: Estou me sentindo MEIA esquisita hoje.

“Meio”, nesse caso, é um advérbio que significa “um tanto”. E advérbios não se flexionam em gênero. Sendo assim, ele nunca vai para o feminino. Desse modo não existe “meia esquisita” ou “meia cansada”. Sempre diga:

“Estou me sentindo MEIO esquisita hoje.”
Em inglês: I feel kind of strange today.



Exemplo: “Se ele tivesse FALO a verdade, tudo teria ficado bem.”
Esse não é um verbo abundante e não possui duas formas no particípio. A única forma do verbo “falar” no particípio é “falado”. “Falo” não cabe nessa frase, pois é a forma do presente do verbo. Bom, “falo” é também outro nome do órgão sexual masculino. Sabia disso? Então, muito cuidado ao usar essa palavra. Dessa forma, fale sempre:

“Se ele tivesse FALADO a verdade, tudo teria ficado bem.”
Em inglês: If he had told the truth, everything would have been OK.


Exemplo: “Se ele tivesse CHEGO um minuto antes, ele teria visto seu cantor favorito.”

Já cansou de verbos que não são abundantes? Esse é mais um. “Chego” é o presente de “chegar” e não o particípio. Portanto, diga e escreva:

“Se ele tivesse CHEGADO um minuto antes, ele teria visto seu cantor favorito.”
Em inglês: If he had arrived one minute earlier, he would have seen his favorite singer.



Exemplo: “Eu deveria ter TRAGO uma garrafa d’água. Está muito quente aqui.”

Outro caso de verbo que não é abundante, portanto não possui duas formas no particípio. A forma do particípio do verbo “trazer” é “trazido”. “Trago” é a forma do presente – e não do particípio - do verbo citado. É também a forma do presente do verbo “tragar”. Sendo assim, caro colega, diga e escreva SEMPRE:

“Eu deveria ter TRAZIDO uma garrafa d’água. Está muito quente aqui.”
Em inglês: I should have brought a bottle of water. It’s too hot in here.” 



Exemplo: “A morte daquele artista foi uma enorme PERCA para a cultura brasileira.”

A palavra “perca” é a forma do presente do subjuntivo ou do imperativo do verbo “perder”. O substantivo derivado deste verbo é “perda”, que é a palavra que se encaixa nessa frase. Sendo assim, escreva e diga SEMPRE:

“A morte daquele artista foi uma enorme PERDA para a cultura brasileira.”
Em inglês: The death of that artist was a huge loss for the Brazilian culture. 



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